Eletroneuromiografia, também conhecida pelas siglas “ENMG” e “EMG”, é um exame que serve para avaliar a função dos nervos periféricos e dos músculos.
Este procedimento é essencial para detectar anormalidades que afetam:
- O sistema nervoso periférico, também chamadas neuropatias periféricas;
- Doenças dos músculos, também chamadas miopatias;
- Doenças da junção neuromuscular, cujo exemplo mais conhecido é a miastenia gravis.

Qual a importância de realizar uma eletroneuromiografia com um médico especialista?
A eletroneuromiografia é um exame operador dependente, ou seja, depende do conhecimento do médico que a realiza.
A complexidade deste exame exige um profissional especializado, com conhecimentos sólidos sobre anatomia e fisiologia de nervos e músculos, bem como sobre o comportamento das doenças que afetam estas estruturas.
Um eletroneuromiografista bem capacitado garante a execução correta do exame, ameniza desconfortos que o exame pode causar e interpreta adequadamente os dados colhidos, correlacionando-os com as queixas do paciente.
Fazer seu exame com um profissional de excelência como a Dra. Rita de Cássia Carvalho Leal é priorizar a sua saúde e qualidade de vida.
Rita de Cássia Carvalho Leal (CRM-PE 15.373) é Neurologista (RQE: 3.882) e Neurofisiologista Clínica (RQE: 13.880), especialista no exame de Eletroneuromiografia.
Currículo resumido:
- Graduação em Medicina na Universidade Federal de Pernambuco;
- residência médica em Neurologia Clínica no Hospital das Clínicas da USP – Ribeirão Preto;
- especialização em Doenças Neuromusculares no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto;
- especialização em Eletroneuromiografia no Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto;
- Doutorado em Neurologia pela USP Campus Ribeirão Preto.
Trata-se de uma profissional com profundo conhecimento sobre eletroneuromiografia, que proporciona aos pacientes atendimentos humanizados, individualizados e pautados pelas descobertas mais recentes da neurociência.
O que é sistema nervoso periférico?
O sistema nervoso humano se divide em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. O sistema nervoso periférico pode ser comparado a uma rede de fios que se espalha por todo o corpo.
Ele leva informações do que acontece no próprio organismo e no ambiente para o sistema nervoso central, formado pelo cérebro e pela medula espinhal, onde estas informações são processadas.
Do sistema nervoso central são enviados comandos para os músculos e para outros órgãos, através desta mesma rede de fios, para que possamos reagir aos estímulos que estamos recebendo.
Os nervos que levam informação para o cérebro e a medula são chamados nervos sensitivos. Já os nervos que trazem informações já processadas do cérebro e da medula para os músculos são chamados nervos motores.
Os nervos motores, que são aqueles que levam informações para os músculos e com isso comandam nossos movimentos, precisam de uma estrutura especial para se unir aos músculos e transmitir para eles suas mensagens.
Essa estrutura chamamos de junção neuromuscular, cujo funcionamento também é avaliado na eletroneuromiografia.
Doenças que acometem o cérebro e/ou a medula e doenças que acometem os nervos, os músculos e a junção neuromuscular podem causar sintomas muito semelhantes.
A eletroneuromiografia é importante para definir se o problema está no sistema nervoso periférico ou não e, com isso, direcionar a investigação de sintomas apresentados pelos pacientes.
Algumas doenças que afetam tendões (tendinites) e ligamentos também podem ter sintomas muito semelhantes aos provocados por doenças dos nervos periféricos, tais como dor e dormência.
Nestes casos, a eletroneuromiografia vai ajudar a definir se o problema é nos nervos ou não.
Definir se um paciente com dor tem uma tendinite apenas ou se tem acometimento também de nervos periféricos é fundamental para se chegar a um diagnóstico correto e traçar o melhor plano terapêutico.
O que significa o nome eletroneuromiografia?
A palavra eletroneuromiografia, que dá nome a um exame muito importante para a avaliação de nervos e músculos, embora seja uma palavra grande e até difícil de pronunciar, transmite bem suas características e funções:
– eletro, refere-se à avaliação de atividade elétrica;
– neuro, neste contexto significa nervos; sendo aqui incluídos os nervos desde seu início (raízes nervosas e plexos nervosos), até os seus ramos mais terminais (nervos periféricos) e a junção do nervo com os músculos (junção neuromuscular);
– mio, aqui significa músculos;
– grafia, são gerados gráficos durante o exame.
Em resumo, é um exame que avalia a atividade elétrica dos nervos, em toda a sua extensão, e dos músculos, registrando-os em forma de gráficos. O aparelho utilizado para este fim chama-se eletromiógrafo.
O que falam os pacientes?
São mais de 100 avaliações no Google que a consideram excelente.
A ENMG é geralmente realizada em duas etapas: o estudo da condução nervosa e a eletromiografia.
Estudo da Condução Nervosa
Nesta etapa, eletrodos são colocados na pele, sobre o trajeto dos nervos em estudo, e pequenos choques elétricos são aplicados para estimular esses nervos.
Estes eletrodos registrarão a amplitude (ou seja, o tamanho) da reação dos nervos aos estímulos elétricos, bem como a velocidade com que os estímulos percorrem os nervos.
Os resultados ajudam a identificar se há interrupção da passagem dos estímulos através dos nervos, se há lentificação da passagem destes estímulos ou se a resposta aos estímulos está menor que o esperado.
Tudo isso é sinal de uma neuropatia periférica, ou seja, de uma alteração nestes nervos.
Eletromiografia
A eletromiografia, por sua vez, avalia a atividade elétrica dos músculos em repouso e durante a contração. Para realizá-la, são introduzidos eletrodos de agulha nos músculos.
Importância da Eletroneuromiografia
A ENMG é um exame crucial para neurologistas, neurocirurgiões, ortopedistas, reumatologistas, dermatologistas e médicos peritos, além de outros especialistas, pois fornece informações detalhadas sobre o funcionamento do sistema nervoso periférico e muscular.
Com base nos seus resultados, vários benefícios podem ser alcançados:
- O médico solicitante, ao receber o laudo da eletroneuromiografia, poderá elaborar um diagnóstico preciso e definir o melhor tratamento para o paciente;
- A eletroneuromiografia também é um excelente instrumento para avaliar a resposta dos nervos e músculos a tratamentos para doenças desses órgãos, pois fornece uma série de dados numéricos sobre o funcionamento dos mesmos.
Estes dados podem ser acompanhados e comparados ao longo do tempo.
- Acompanhar lesões de nervos por traumas e acidentes, observando-se se o funcionamento do nervo está piorando ou melhorando. Essa informação é importante em perícias médicas.
Qual a importância de realizar uma eletroneuromiografia com um médico especialista?
A eletroneuromiografia é um exame operador dependente, ou seja, depende do conhecimento do médico que a realiza.
A complexidade deste exame exige um profissional especializado, com conhecimentos sólidos sobre anatomia e fisiologia de nervos e músculos, bem como sobre o comportamento das doenças que afetam estas estruturas.
Um eletroneuromiografista bem capacitado garante a execução correta do exame, ameniza desconfortos que o exame pode causar e interpreta adequadamente os dados colhidos, correlacionando-os com as queixas do paciente.
Fazer seu exame com um profissional de excelência como a Dra. Rita de Cássia Carvalho Leal é priorizar a sua saúde e qualidade de vida.
Qual o profissional habilitado para a realização de uma eletroneuromiografia? Ou ainda, qual médico especialista realiza eletroneuromiografias?
O profissional preparado para a realização de uma eletroneuromiografia é um médico especialista em Neurofisiologia Clínica.
A Neurofisiologia Clínica é uma área da medicina que estuda o funcionamento elétrico do sistema nervoso.
Para se tornar neurofisiologista, um médico precisa passar por um longo tempo de estudo, que pode durar 11 a 13 anos, numa sequência de cursos, residências e especializações descritas abaixo:
1 – Primeiro é necessário concluir o curso de Medicina, que dura 6 anos;
2 – Segundo é necessário fazer especialização em Neurologia Clínica ou Neurocirurgia e obter o título de especialista em uma destas duas especialidades. Esta etapa da formação pode durar de 3 a 5 anos.
3 – Terceiro é necessário fazer a especialização em Neurofisiologia Clínica, que dura dois anos.
4 – Por fim, é importante realizar a Prova de Título da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, na qual o médico comprova sua capacidade de realizar corretamente o exame eletroneuromiografia.
Qual a importância de realizar uma eletroneuromiografia com um médico especialista em Neurofisiologia Clínica?
A eletroneuromiografia é um exame operador dependente, ou seja, depende do conhecimento do médico que a realiza.
As etapas de realização do exame não são padronizadas e podem variar com inúmeros fatores:
– Escolha de nervos e músculos mais adequados para avaliar a hipótese proposta pelo médico assistente;
– Alguns pacientes têm variações anatômicas, ou seja, trajeto de alguns nervos diferentes da maioria das pessoas; isso pode levar a erros diagnósticos, pois essas variações podem ser confundidas com anormalidades.
– O médico que realiza o exame deve ter habilidades para correlacionar os achados dos testes que está realizando com as queixas do paciente; se há coerência entre eles ou não.
A complexidade deste exame exige um profissional especializado, com conhecimentos sólidos sobre anatomia e fisiologia de nervos e músculos, bem como sobre o comportamento das doenças que afetam estas estruturas.
Um eletroneuromiografista bem capacitado garante a execução correta do exame, minimiza desconfortos que o exame pode causar e interpreta adequadamente os dados colhidos, correlacionando-os com as queixas do paciente.
Todos estes passos são fundamentais para o objetivo maior do exame: o diagnóstico correto de uma doença que está afetando os nervos ou os músculos.
Só com um correto diagnóstico, é possível compreender os sintomas que estão acometendo um paciente e planejar o tratamento dos mesmos.
Rita de Cássia Carvalho Leal (CRM-PE 15.373) é Neurologista (RQE: 3.882) e Neurofisiologista Clínica (RQE: 13.880), especialista no exame de Eletroneuromiografia.
Trata-se de uma profissional com profundo conhecimento sobre eletroneuromiografia, que proporciona aos pacientes atendimentos humanizados, individualizados e pautados pelas descobertas mais recentes da neurociência.
Quando está indicada a realização de uma Eletroneuromiografia?
A eletroneuromiografia (ENMG) é indicada em uma variedade de situações clínicas em que há suspeita de lesões de nervos e/ou de músculos.
Seguem abaixo alguns sintomas que podem ser provocados por este tipo de lesão.
1. Dor e Dormência nos Membros
Pacientes que apresentam dor, formigamento ou dormência nos braços, mãos, pernas ou pés podem ser encaminhados para realização de uma ENMG .
Essas sensações podem ser causadas por compressões nervosas em qualquer ponto do trajeto de um nervo.
Algumas das causas mais comuns de compressões nervosas são a síndrome do túnel do carpo, em que há compressão de um nervo no punho, ou hérnias de disco, que comprimem a origem dos nervos que saem da coluna, também chamados raízes nervosas.
Síndrome do Túnel do Carpo
Fonte: saudebemestar.pt/pt/com
2. Fraqueza Muscular
A fraqueza muscular sem causa aparente é uma indicação comum para a ENMG. O exame ajuda a determinar se a fraqueza é devida a um problema nos nervos que controlam os músculos ou nos músculos em si.
Esclerose lateral amiotrófica é um exemplo de doença em que os nervos motores, que comandam os músculos, estão alterados.
Já nas distrofias musculares há um processo de lesão grave de músculos, na maioria das vezes por causa genética.
Nestas doenças, a ENMG é fundamental para a realização de um diagnóstico correto.
3. Lesões Nervosas
Pacientes que sofreram acidentes de trânsito ou acidentes domésticos podem necessitar de uma ENMG para confirmar se houve lesões de nervos, determinar a gravidade desta lesão e monitorar se está havendo ou não recuperação.
Este exame é útil para avaliar nervos danificados por acidentes, cirurgias ou condições médicas como hérnias de disco.
4. Doenças Neuromusculares
Doenças que afetam a comunicação entre os nervos e os músculos, como miastenia gravis, podem ser investigadas com a ENMG. O exame ajuda a identificar anormalidades na transmissão dos impulsos nervosos para os músculos.
5. Distúrbios da Coluna Vertebral
Os nervos que vão para os braços e para as pernas se originam dentro da coluna vertebral, a partir da medula espinhal. Eles saem da coluna através de orifícios chamados forames.
Problemas na coluna vertebral, como hérnias de disco ou osteófitos (nome científico para “bicos de papagaio”), que podem causar compressão dos nervos em sua saída da coluna, são frequentemente avaliados com a ENMG.
Este exame pode ajudar a localizar qual raiz está comprometida e avaliar a gravidade do comprometimento.
6. Avaliação Pré e Pós-Operatória
A ENMG pode ser utilizada antes e após procedimentos cirúrgicos que envolvem nervos ou músculos para avaliar a função nervosa e monitorar a recuperação. Isso é especialmente relevante em cirurgias ortopédicas e neurocirurgias.
7. Diagnóstico Diferencial (diagnosticar diferentes doenças que têm os mesmos sintomas)
A maioria dos nossos nervos periféricos tem uma longa extensão, podendo sofrer lesões em vários locais.
Um paciente com formigamento nas mãos, por exemplo, pode ter seus sintomas provocados por compressão de nervos no punho, no cotovelo, na axila ou até no local onde os nervos se originam, a coluna. Saber em qual lugar está a lesão será fundamental para definir o tratamento.
Esta capacidade de dizer qual segmento do sistema nervoso periférico está alterado é crucial para que seja feito um diagnóstico correto e seja desenvolvido um plano de tratamento eficaz.
Como é Realizado o Exame de Eletroneuromiografia?
O exame de eletroneuromiografia (ENMG) é composto por duas partes principais: o estudo da condução nervosa e a eletromiografia. Leia abaixo como cada uma dessas etapas é realizada.
Estudo da Condução Nervosa
- Posicionamento dos Eletrodos: Eletrodos (sensores) são colocados na pele sobre o trajeto dos nervos e sobre músculos que serão avaliados.
Esses eletrodos podem ser usados tanto para estimular os nervos quanto para registrar a resposta aos estímulos.
- Estimulação Nervosa: Pequenos choques elétricos são aplicados para estimular os nervos. O paciente pode sentir uma leve sensação de formigamento ou pulsação.
- Registro da Atividade Elétrica: Os eletrodos registram a resposta dos nervos e músculos à estimulação.
Esse processo mede a velocidade e a amplitude (ou seja, o tamanho) dos sinais elétricos que percorrem os nervos, ajudando a identificar possíveis danos ou disfunções.
Eletrodos posicionados para estudo da condução sensitiva (avaliação do nervo mediano). O estímulo elétrico será aplicado no dedo médio. O funcionamento do nervo mediano será captado nos eletrodos brancos.
Eletrodos posicionados para estudo da condução motora do nervo mediano, com estímulos sendo aplicados no punho e captação no músculo abdutor curto do polegar.
Eletromiografia
- Inserção da Agulha: Para a eletromiografia, um eletrodo em forma de agulha é inserido diretamente no músculo que está sendo examinado. Essa agulha registra a atividade elétrica do músculo em repouso e durante a contração.
- Registro da Atividade Muscular: O paciente será solicitado a relaxar e contrair o músculo em diferentes graus. A agulha detecta e registra a atividade elétrica gerada pelo músculo. Esses registros ajudam a identificar problemas musculares ou nervosos.
- Análise dos Resultados: Todas as informações colhidas durante o estudo da condução nervosa e durante o exame de agulha dos músculos são reunidas em um aparelho, chamado eletromiógrafo. Estas informações são representadas como gráficos, que serão interpretados pelo médico que está realizando o exame, para ser feito o diagnóstico dos sintomas apresentados pelo paciente.
Eletromiógrafo
Quais partes do corpo podem ser avaliadas numa eletroneuromiografia?
Existem diferentes tipos de eletroneuromiografia que avaliam diferentes partes do corpo:
- Eletroneuromiografia de membros superiores, também chamada “ENMG ou EMG de MMSS”, ou “ENMG ou EMG MMSS”, na qual são avaliados os braços.
- Membros inferiores, também chamada “ENMG ou EMG de MMII”, ou “ENMG EMG MMII” ou “EMG de MMII”, na qual são avaliadas as pernas.
- Eletroneuromiografia dos membros superiores e membros inferiores, ou ENMG de 4 membros ou ENMG 4MM, na qual são avaliados os braços e as pernas;
- Eletroneuromiografia de face ou EMG ou ENMG de face;
- Eletroneuromiografia de segmento especial, que é a eletromiografia de língua ou eletroneuromiografia bulbar;
- Eletroneuromiografia de região perineal;
- Eletroneuromiografia de região complementar ou de musculatura paravertebral (músculos que estão ao lado da coluna);
Teste de estimulação repetitiva, que pode ser realizado em braços, pernas e na face.
Ele consiste na aplicação de vários estímulos elétricos consecutivos em um ponto do trajeto de um nervo com fibras motoras.
- Os eletrodos de captação são colocados sobre a pele de um músculo que recebe comandos deste nervo.
- Com a aplicação de vários estímulos consecutivos, haverá contrações musculares repetidas.
- O objetivo deste teste é avaliar se haverá ou não fatigabilidade destes músculos, o que indica se há ou não doenças da junção neuromuscular.
- A região a ser avaliada vai depender do quadro clínico do paciente.
- Geralmente é necessário avaliar o membro inteiro, não apenas o local no qual há as queixas, juntamente com o membro contralateral, por exemplo: pacientes com “formigamentos em mãos”, precisam de avaliação de todo o braço.
- Os nervos que levam e trazem informações para as mãos se originam na coluna, passam sob a clavícula, pelo ombro, pelo braço, antebraço e chegam às mãos.
- Então é necessário avaliar o seu trajeto completo, pois alterações em qualquer um de seus pontos podem provocar sintomas apenas nas mãos.
- Outro detalhe importante é a necessidade de avaliação dos dois lados do corpo.
- É necessário comparar informações do lado com queixas e do lado sem queixas para um diagnóstico mais preciso.
- Embora existam parâmetros de normalidade para cada nervo, estes parâmetros são muito variáveis de uma pessoa para outra.
- Isso torna necessário comparar o membro alterado com o membro normal de cada paciente, que fornecerá parâmetros para aquele paciente em particular.
- Há ainda ocasiões em que o paciente pode ter sintoma apenas em um membro e ser necessário a avaliação dos quatro membros e da face.
- Isso ocorre quando houver suspeita de uma doença sistêmica, ou seja, de uma doença que acomete o corpo como um todo.
- Embora os sintomas estejam localizados, será possível ver na eletroneuromiografia alterações em regiões outras do corpo que ainda não trazem queixas e não são perceptíveis para o paciente, mas serão importantes para seu diagnóstico.
Duração do Exame
O exame de eletroneuromiografia geralmente leva de 60 a 180 minutos, dependendo do número de nervos e músculos que precisam ser avaliados, das alterações encontradas e da tolerância do paciente.
Durante o exame, é importante que o paciente siga as instruções do médico e permaneça o mais relaxado possível.
Sensações Durante o Exame
Embora o exame possa causar algum desconforto, como leves choques durante a estimulação nervosa ou dor momentânea com a inserção da agulha, a maioria dos pacientes tolera bem o procedimento.
O desconforto geralmente é temporário e desaparece logo após o término do exame.
Compreender como o exame é realizado pode ajudar a reduzir a ansiedade do paciente e garantir uma experiência mais tranquila e informativa.
Qual a preparação para o Exame de Eletroneuromiografia
Preparar-se adequadamente para o exame de eletroneuromiografia (ENMG) é fundamental para garantir que o procedimento seja realizado de maneira eficaz e para obtenção de resultados precisos.
Aqui estão as principais recomendações para a preparação:
1. Informar o Médico sobre Condições de Saúde e medicações utilizadas
Ao agendar o exame, informe todos os seus problemas de saúde e todas as medicações utilizadas, incluindo até mesmo suplementos e remédios sem prescrição.
É particularmente importante que o médico que realizará o seu exame tenha ciência de duas condições:
- Uso de marcapasso ou de cardio desfibrilador implantado.
O uso de marcapasso ou cardiodesfibrilador implantável (CDI) não é contraindicação absoluta à realização de eletroneuromiografia, porém inspira cuidados.
Há o risco teórico dos estímulos elétricos utilizados no exame alterarem o funcionamento do marcapasso ou, no caso do CDI, serem percebidos como uma arritmia.
Na prática, estudos científicos em que foram realizadas eletroneuromiografias em pacientes com estes dispositivos sugerem atenção especial aos pacientes que usam marcapassos unipolares e são submetidos ao teste de estimulação repetitiva.
Em qualquer situação, é muito importante que o médico cardiologista do paciente e o médico neurofisiologista analisem juntos os riscos envolvidos em cada paciente em particular.
- Quaisquer problemas de coagulação, uso de anticoagulantes orais ou uso de dois antiagregantes plaquetários ao mesmo tempo.
Na etapa da eletromiografia, um eletrodo com formato de agulha é colocado dentro do músculo.
Caso o paciente tenha algum distúrbio de coagulação ou use medicações que afinam o sangue, há o risco de formação de hematomas intramusculares.
Nesta situação, também será necessário uma comunicação entre o médico que acompanha o distúrbio de coagulação de paciente e o médico que realizará a eletroneuromiografia, para se definir a maneira mais segura de realização do exame.
- Infecções
Caso o paciente esteja com infecção no local onde será realizada a eletroneuromiografia, o exame precisará ser adiado até a resolução desta infecção.
Qualquer procedimento realizado no local infectado trará o risco desta infecção se espalhar para todo o organismo, originando um quadro que chamamos de sepse.
Por exemplo, um paciente que esteja com erisipela ou celulite em pernas não poderá fazer uma eletroneuromiografia de membros inferiores até que esta infecção tenha se resolvido.
Pacientes com suspeita de miastenia gravis, que já estejam usando medicações, devem informar quais medicações estão usando.
Mais uma vez, será necessária a comunicação entre o médico que acompanha o paciente e o neurofisiologista que realizará o exame.
Essas informações são cruciais para que o médico possa tomar as precauções necessárias.
2. Cuidados com a Pele
No dia do exame, é importante que a pele esteja limpa e seca. Evite o uso de cremes, loções, óleos ou qualquer produto hidratante na área onde os eletrodos serão aplicados.
Esses produtos podem dificultar a aderência dos eletrodos e afetar a qualidade dos sinais elétricos registrados.
3. Vestimenta Adequada
Use roupas confortáveis e fáceis de remover, caso seja necessário expor áreas específicas do corpo durante o exame. Em alguns casos, pode ser solicitado que você vista uma bata fornecida pelo local do exame.
4. Alimentação e Hidratação
Não há necessidade de jejum para a realização da eletroneuromiografia. Mantenha-se bem hidratado e alimente-se bem antes do exame para garantir que esteja em condições adequadas de saúde e conforto.
5. Esclarecimento de Dúvidas
Se tiver quaisquer dúvidas ou preocupações sobre o exame, não hesite em perguntar ao seu médico responsável pela realização do procedimento. Entender o que esperar pode ajudar a reduzir a ansiedade e garantir uma experiência mais tranquila.
6. Documentos Necessários
Leve consigo todos os documentos necessários, incluindo pedidos médicos, resultados de exames anteriores e uma lista dos medicamentos que você está tomando.
Esses documentos são importantes para que o médico possa contextualizar os resultados da ENMG com o seu histórico médico.
7. Acompanhante
Não é obrigatória a presença de um acompanhante. O paciente pode comparecer ao exame de eletroneuromiografia sozinho.
Considere levar um acompanhante se você se sentir nervoso ou desconfortável. Um acompanhante pode oferecer apoio emocional e ajudar no deslocamento, se necessário.
Seguir essas orientações de preparação para a eletroneuromiografia pode ajudar a garantir que o exame seja realizado de maneira eficaz e confortável.
A preparação adequada permite que o procedimento ocorra sem complicações, proporcionando resultados precisos que são essenciais para um diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado.
Se tiver quaisquer preocupações, não hesite em discutir com o seu médico antes do exame.
Rita de Cássia Carvalho Leal (CRM-PE 15.373) é Neurologista (RQE: 3.882) e Neurofisiologista Clínica (RQE: 13.880), especialista no exame de Eletroneuromiografia.
Qual a importância de realizar uma eletroneuromiografia com um médico especialista?
A eletroneuromiografia é um exame operador dependente, ou seja, depende do conhecimento do médico que a realiza.
A complexidade deste exame exige um profissional especializado, com conhecimentos sólidos sobre anatomia e fisiologia de nervos e músculos, bem como sobre o comportamento das doenças que afetam estas estruturas.
Um eletroneuromiografista bem capacitado garante a execução correta do exame, ameniza desconfortos que o exame pode causar e interpreta adequadamente os dados colhidos, correlacionando-os com as queixas do paciente.
Fazer seu exame com um profissional de excelência como a Dra. Rita de Cássia Carvalho Leal é priorizar a sua saúde e qualidade de vida.
Possíveis Sensações Durante o Exame. O exame dói?
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame diagnóstico que envolve a avaliação da função dos nervos e músculos através da aplicação de estímulos elétricos e da inserção de agulhas finas.
Naturalmente, uma das preocupações mais comuns entre os pacientes durante o procedimento.
Abaixo, detalhamos as possíveis sensações que podem ocorrer durante o exame e respondemos à pergunta: “O exame dói?”
Sensações Durante o Estudo da Condução Nervosa
- Aplicação dos Eletrodos:
- Sensação: Durante o estudo da condução nervosa, eletrodos de superfície são colocados na pele sobre os nervos e músculos a serem examinados.
- Desconforto: A aplicação dos eletrodos em si não é dolorosa. No máximo, pode causar uma leve sensação de pressão ou frio devido ao gel de condução utilizado.
- Estimulação Nervosa:
- Sensação: Pequenos choques elétricos são aplicados para estimular os nervos.
- Desconforto: Você pode sentir uma leve sensação de formigamento, pulsação ou pequenos espasmos musculares.
Esses choques são breves e, embora possam ser desconfortáveis, geralmente não são descritos como dolorosos pela maioria dos pacientes.
Sensações Durante a Eletromiografia
- Inserção da Agulha:
- Sensação: A eletromiografia envolve a inserção de uma agulha fina diretamente no músculo para registrar a atividade elétrica.
- Desconforto: A inserção da agulha pode causar um leve desconforto ou uma sensação semelhante a uma picada de injeção.
Em alguns casos, pode haver uma sensação de dor leve, especialmente se o músculo estiver sensível ou se for necessário inserir a agulha em várias áreas diferentes.
- Atividade Muscular:
- Sensação: Durante o exame, você será solicitado a contrair e relaxar o músculo em estudo.
- Desconforto: A contração muscular com a agulha inserida pode causar uma sensação de cãibra ou pressão. Essa sensação é temporária e geralmente desaparece logo após a retirada da agulha.
Outros Aspectos do Desconforto
- Sensibilidade Individual: A percepção de dor e desconforto pode variar significativamente de uma pessoa para outra.
Alguns pacientes relatam apenas um leve desconforto, enquanto outros podem sentir dor moderada, especialmente em áreas onde a pele e os músculos são mais sensíveis.
- Ansiedade e Expectativa: A ansiedade em relação ao exame pode aumentar a percepção de dor. Informar-se sobre o procedimento e conversar com o médico pode ajudar a reduzir a ansiedade e tornar a experiência mais tranquila.
Duração do Desconforto
O desconforto ou dor experimentado durante a ENMG é geralmente temporário e desaparece rapidamente após o término do exame.
É raro haver efeitos colaterais duradouros. Alguns pacientes podem sentir um leve desconforto ou sensibilidade no local da inserção das agulhas por algumas horas ou dias após o exame, mas isso tende a ser mínimo e passageiro na grande maioria dos pacientes.
É normal ficar com dor após a eletroneuromiografia?
Alguns pacientes podem ter dor após a realização da eletroneuromiografia, relacionada principalmente à colocação de agulhas nos músculos.
Mesmo que as agulhas sejam colocadas com muito cuidado, haverá lesão de algumas fibras musculares. Essas lesões podem demorar alguns dias para cicatrizar e com isso o paciente sentir um desconforto, como se tivesse tido uma pequena pancada no local.
O próprio esforço muscular realizado durante o exame, se o paciente estiver previamente sedentário, também pode levar a dor, como se o paciente tivesse feito um exercício físico intenso.
Esses desconfortos e dores são leves, toleráveis e passageiros.
Conclusão
Embora a eletroneuromiografia possa causar algum desconforto, a maioria dos pacientes considera o exame tolerável.
As sensações de formigamento, pulsação e a leve dor das agulhas são breves e temporárias.
A preparação adequada e a compreensão do que esperar podem ajudar a minimizar a ansiedade e tornar a experiência mais tranquila.
Caso tenha preocupações sobre a dor ou desconforto, discuta com o seu médico antes do exame para obter orientações adicionais e tranquilidade.
Riscos e Contraindicações da Eletroneuromiografia
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame seguro e amplamente utilizado para avaliar a função dos nervos e músculos.
No entanto, como qualquer procedimento médico, existem alguns riscos e contraindicações que devem ser considerados antes da realização do exame.
Abaixo, discutimos os principais riscos associados à ENMG e as situações em que o exame pode ser contraindicado.
Riscos da Eletroneuromiografia
- Desconforto e Dor Temporária
- Durante a inserção das agulhas e a aplicação dos choques elétricos, os pacientes podem sentir desconforto ou dor leve. Essa dor é geralmente temporária e desaparece logo após o término do exame.
- Sangramento e Hematomas
- A inserção das agulhas no músculo pode causar um pequeno sangramento no local da punção. Em alguns casos, podem surgir hematomas (manchas roxas) que desaparecem em poucos dias.
- Infecção
- Embora raro, existe um risco mínimo de infecção no local da inserção da agulha. Para minimizar esse risco, é essencial que o procedimento seja realizado por um profissional qualificado utilizando técnicas estéreis.
- Reações Alérgicas
- Alguns pacientes podem ter reações alérgicas ao gel de condução ou aos materiais utilizados nos eletrodos. Essas reações são raras e, geralmente, leves.
Contraindicações da Eletroneuromiografia
- Presença de Marcapasso ou Desfibrilador
- Pacientes com marcapasso ou desfibrilador implantado devem informar seu médico antes de realizar a ENMG.
A estimulação elétrica pode interferir no funcionamento desses dispositivos. Em alguns casos, o exame pode ser contraindicado ou necessitar de precauções adicionais.
- Distúrbios de Coagulação
- Pacientes com distúrbios de coagulação, como hemofilia, ou aqueles que tomam anticoagulantes (medicamentos para afinar o sangue) têm um risco aumentado de sangramento e hematomas.
Nesses casos, o médico avaliará a relação risco-benefício antes de indicar o exame, bem como as precauções necessárias.
- Infecções na Área de Exame
- Se houver infecção ativa na área onde as agulhas precisam ser inseridas, o exame deve ser adiado até que a infecção esteja resolvida. Inserir agulhas em áreas infectadas pode piorar a infecção ou espalhá-la por todo o organismo.
- Gravidez
- Embora a ENMG não utilize radiação e seja considerada segura durante a gravidez, é importante que as mulheres grávidas informem sua condição ao seu médico.
O médico decidirá se o exame é necessário e seguro, considerando o estágio da gravidez e a condição da paciente.
A eletroneuromiografia é um exame seguro e eficaz para diagnosticar problemas neuromusculares.
Embora os riscos sejam mínimos e as complicações raras, é importante estar ciente dos possíveis desconfortos e contraindicações.
Sempre informe seu médico sobre qualquer condição médica existente e siga suas orientações para garantir um procedimento seguro e preciso.
Se tiver dúvidas ou preocupações sobre a ENMG, discuta-as com seu médico antes do exame.
Principais alterações detectadas nos Resultados da Eletroneuromiografia
A eletroneuromiografia (ENMG) é uma ferramenta diagnóstica essencial para avaliar a função dos nervos periféricos e músculos.
Os resultados deste exame podem identificar diversas doenças neuromusculares, orientando o diagnóstico e o tratamento adequado.
São citadas abaixo as principais alterações que podem ser detectadas nos resultados da ENMG e seu significado clínico.
1. Neuropatias Periféricas
As neuropatias periféricas são condições que afetam os nervos periféricos, causando sintomas como dor, formigamento, fraqueza e perda de sensibilidade. A ENMG pode detectar:
- Desmielinização: A perda ou dano da bainha de mielina, que é uma substância que reveste as fibras nervosas, pode ser identificada por uma redução na velocidade de condução. Isso é comum em condições como a síndrome de Guillain-Barré e neuropatias hereditárias.
- Axonopatia: Danos aos axônios (a parte central dos nervos) podem ser indicados por uma diminuição na amplitude dos potenciais de ação. Neuropatias diabéticas e neuropatias tóxicas frequentemente mostram esse padrão.
2. Radiculopatias
Radiculopatias são doenças que afetam as raízes nervosas. As raízes nervosas se originam na medula espinhal, que está no interior da coluna vertebral.
Uma das causas mais frequentes de lesão às raízes nervosas são compressões por hérnias de disco e osteófitos (nome científico dos “bicos de papagaio”).
Nestes casos, o papel da eletromiografia é mostrar como estas compressões estão afetando o funcionamento das raízes nervosas e se está havendo degeneração destas raízes.
Essa informação vai ser muito importante para definição do tratamento mais adequado para os problemas da coluna vertebral.
3. Miopatias
As miopatias são doenças que afetam diretamente os músculos, resultando em fraqueza muscular. A ENMG pode mostrar alterações tanto quando o músculo está em repouso, quanto quando o músculo está sendo contraído.
O que se espera de um músculo normal em repouso, quando se insere o eletrodo de agulha, é o silêncio elétrico.
Em pacientes com doenças musculares, podem ser vistos potenciais de fibrilação e ondas agudas positivas, que indicam que a membrana que recobre as células musculares está lesada, ou seja, está sendo lesada.
Já durante a contração voluntária, serão vistos potenciais de unidades motoras com amplitude e duração reduzidas.
4. Doenças da Junção Neuromuscular
Doenças como a miastenia gravis afeta a transmissão dos impulsos nervosos para os músculos.
Um teste específico, chamado estimulação repetitiva, deve ser realizado para o diagnóstico destas doenças. Neste teste, observa-se diminuição da amplitude das respostas musculares após a aplicação de vários estímulos consecutivos.
Em pacientes com miastenia gravis, a eletroneuromiografia também vai ser muito importante para avaliar doenças que podem ter sintomas semelhantes aos da miastenia gravis, tais como as miopatias.
5. Síndrome do Túnel do Carpo
Essa condição comum ocorre devido à compressão do nervo mediano no punho. A ENMG pode mostrar aumento das latências, ou seja, demora para que as respostas aos estímulos aplicados ocorram.
Ocorre também redução da velocidade de condução do nervo mediano no segmento do punho.
6. Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
A ELA é uma doença neurodegenerativa que afeta os neurônios motores.
O corpo humano tem dois tipos de neurônios motores: os neurônios motores superiores, que estão no cérebro, e os neurônios motores inferiores, que estão na medula espinhal.
A ENMG detecta alterações nos neurônios motores que estão na medula espinhal. Estas alterações são detectadas a partir da colocação de agulhas nos músculos. São elas:
- Fibrilações e ondas agudas positivas: são potenciais observados nos músculos em repouso e indicam que estes músculos perderam a conexão com os neurônios motores que os comandam, ou seja, o músculo perdeu sua inervação.
- Fasciculações: também são observados durante o repouso; provocam a sensação no paciente que a “carne está tremendo” e são provocadas pela contração involuntária de um grupo de fibras musculares devido ao mau funcionamento dos nervos motores que comandam estas fibras.
- Potenciais de Unidade Motora Grandes e Polifásicos: são observados durante a contração voluntária; indicam que está havendo morte de neurônios motores e os neurônios motores sobreviventes estão tentando substituir os que morreram.
A eletroneuromiografia é uma ferramenta poderosa para diagnosticar uma ampla gama de condições neuromusculares.
As alterações detectadas nos resultados da ENMG fornecem informações críticas sobre a localização e a extensão do dano nos nervos e músculos, orientando os médicos na escolha do tratamento mais adequado.
Se houver dúvidas sobre os resultados da ENMG, é importante conversar com um neurofisiologista clínico, o médico especialista em eletroneuromiografia, para uma interpretação precisa e recomendações de tratamento.
Mitos e verdades sobre a Eletroneuromiografia
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame crucial para diagnosticar problemas neuromusculares, mas, como muitos procedimentos médicos, é cercada por mitos e equívocos que podem causar ansiedade..
Neste texto, desvendamos os principais mitos e apresentamos as verdades sobre a ENMG, para que os pacientes possam se preparar de forma adequada e confiante.
A ENMG é extremamente dolorosa: Mito
Verdade: Embora o exame possa causar algum desconforto, especialmente durante a inserção das agulhas e a aplicação dos estímulos elétricos, a maioria dos pacientes relata que a dor é leve e tolerável.
O desconforto geralmente é temporário e desaparece logo após o término do exame. Poucos pacientes podem ter dor no local de inserção de agulhas nos músculos por alguns dias, como se tivessem tido “uma pequena pancada” no local de colocação das agulhas.
O exame pode causar danos permanentes aos nervos ou músculos: Mito
Verdade: A ENMG é um procedimento seguro e bem tolerado. As agulhas utilizadas são muito finas e a estimulação elétrica é de baixa intensidade, não causando danos permanentes aos nervos ou músculos. Complicações são extremamente raras.
Apenas pessoas com sintomas graves precisam fazer a ENMG: Mito
Verdade: A ENMG é indicada para uma variedade de condições, não apenas para sintomas graves.
É uma ferramenta diagnóstica valiosa para investigar queixas de dor, dormência, formigamento, fraqueza muscular e outros sintomas neuromusculares, ajudando a identificar problemas precocemente e orientar o tratamento adequado.
A ENMG é desnecessária se outros exames de imagem forem normais: Mito
Verdade: A ENMG e os exames de imagem, como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), fornecem informações complementares.
Enquanto os exames de imagem mostram a anatomia dos nervos e músculos, a ENMG avalia a função deles. Muitas vezes, ambos os tipos de exame são necessários para um diagnóstico completo.
Pacientes com marcapasso não podem fazer a ENMG: Mito
Verdade: Pacientes com marcapasso podem fazer a ENMG, mas é essencial informar o médico sobre o dispositivo antes do exame.
O profissional tomará as precauções necessárias para garantir a segurança do paciente, como ajustar a intensidade dos estímulos elétricos.
Não é possível comer ou beber antes do exame: Mito
Verdade: Não há necessidade de jejum para realizar a ENMG. Os pacientes podem comer e beber normalmente antes do exame.
O exame é muito demorado e difícil de tolerar: Mito
Verdade: A duração da ENMG varia conforme o número de nervos e músculos avaliados, mas geralmente leva de 60 a 180 minutos. A maioria dos pacientes tolera bem o exame, especialmente quando estão bem informados sobre o procedimento e o que esperar.
A ENMG é um exame invasivo e arriscado: Mito
Verdade: Embora a ENMG envolva a inserção de agulhas, ela é considerada minimamente invasiva. Os riscos associados são muito baixos.
Qualquer profissional de saúde pode realizar a ENMG: Mito
Verdade: A ENMG deve ser realizada por um médico especialista em Neurofisiologia Clínica, que é uma especialidade que avalia o funcionamento do sistema nervoso.
Para um médico se especializar em Neurofisiologia Clínica, ele precisa ser neurologista ou neurocirurgião. Somente após terminar a residência médica de Neurologia ou Neurocirurgia, o médico inicia o aprendizado da Neurofisiologia Clínica.
A interpretação dos resultados também requer conhecimentos sobre doenças do sistema nervoso e sobre as técnicas de realização do exame. Quanto mais conhecimentos o médico tiver, melhor vai ser a interpretação dos resultados do exame.
Conclusão
Desvendar os mitos e conhecer as verdades sobre a eletroneuromiografia ajuda a reduzir a ansiedade e a desinformação, permitindo que os pacientes se preparem de forma adequada para o exame.
Se tiver dúvidas ou preocupações, converse com seu médico, que pode fornecer informações detalhadas e orientações específicas para o seu caso.
A ENMG é uma ferramenta valiosa e segura para o diagnóstico e manejo de condições neuromusculares, contribuindo para um tratamento eficaz e direcionado.
Importância da Eletroneuromiografia no Diagnóstico Médico
A eletroneuromiografia (ENMG) é uma ferramenta essencial no diagnóstico médico, especialmente para condições que afetam os nervos e os músculos.
Sua importância reside na capacidade de fornecer informações detalhadas sobre a função neuromuscular, ajudando os médicos a identificar, diagnosticar e tratar uma ampla gama de distúrbios.
Principais razões pelas quais a ENMG é tão vital no contexto médico.
1. Diagnóstico Preciso de Condições Neuromusculares
A ENMG é fundamental para o diagnóstico preciso de várias condições, tais como:
- Neuropatias Periféricas: Identificação de danos aos nervos periféricos devido a diabetes, infecções, doenças autoimunes, entre outras causas.
- Miopatias: Diagnóstico de doenças musculares, como distrofias musculares e miopatias inflamatórias.
- Radiculopatias: Detecção de compressões nervosas na coluna vertebral,por hérnias de disco e osteófitos (nome científico dos “bicos de papagaio”).
- Doenças da Junção Neuromuscular: Avaliação de condições que afetam a transmissão do impulso nervoso para os músculos, como a miastenia gravis.
2. Avaliação Funcional
Enquanto exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC), mostram a anatomia dos nervos e músculos, a ENMG avalia sua função.
Isso permite aos médicos determinar se os sintomas do paciente são causados por problemas funcionais, estruturais ou uma combinação de ambos.
3. Monitoramento da Progressão da Doença
A ENMG pode ser utilizada para monitorar a progressão de doenças neuromusculares ao longo do tempo. Repetir o exame em intervalos regulares permite aos médicos avaliar a eficácia do tratamento e ajustar o tratamento conforme necessário.
4. Diferenciação de Condições Clínicas
Muitas vezes, sintomas como dor, fraqueza e dormência podem ser causados por diversas condições. A ENMG ajuda a diferenciar entre essas condições, fornecendo um diagnóstico claro.
Por exemplo, pode distinguir se a fraqueza de um paciente é provocada por um problema no músculo ou no nervo motor que comanda o músculo.
5. Planejamento de Tratamento
Com base nos resultados da ENMG, os médicos podem planejar tratamentos mais eficazes e personalizados.
A identificação precisa da localização e da extensão do dano neuromuscular permite a escolha de terapias direcionadas, sejam elas medicamentos, fisioterapia, intervenções cirúrgicas ou outras abordagens.
6. Avaliação Pós-Operatória
A ENMG é útil na avaliação pós-operatória de pacientes que passaram por cirurgias para condições neuromusculares ou nervosas.
Ela ajuda a monitorar a recuperação dos nervos e músculos, avaliando se a cirurgia foi bem-sucedida e orientando os cuidados de reabilitação.
7. Identificação de Complicações
Em casos de sintomas persistentes ou inexplicáveis, a ENMG pode identificar complicações que não foram detectadas por outros métodos diagnósticos. Isso é crucial para evitar diagnósticos errados e para iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível.
Conclusão
A eletroneuromiografia desempenha um papel crítico no diagnóstico médico, especialmente para doenças que afetam os nervos e músculos.
Sua capacidade de fornecer uma avaliação funcional detalhada, monitorar a progressão da doença, diferenciar condições clínicas e orientar o planejamento de tratamento a torna uma ferramenta indispensável para inúmeros profissionais de saúde.
Se houver suspeita de uma condição neuromuscular, a ENMG pode oferecer as informações necessárias para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Rita de Cássia Carvalho Leal (CRM-PE 15.373) é Neurologista (RQE: 3.882) e Neurofisiologista Clínica (RQE: 13.880), especialista no exame de Eletroneuromiografia.